sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Artigo -Sobre Impostos

O dia-a-dia

Karina Araújo

Para onde vão nossos gastos? Parece até que vivemos vegetando, não se consome apenas, se ganha, não se alimente, jogue sua receita médica no lixo, viva de energia elétrica, o telefone? Olhe para ele e, já é o suficiente para pagar por isso, deixe seu carro na garagem, o máximo que pode acontecer é a bateria descarregar ou você deixar de ser presenteado com alguma multa, porque o seu IPVA, ah, isso você vai pagar não tem jeito e, não se preocupe, você não precisa de plano de saúde.

Por todos os órgãos de informação as noticias são as mesmas - o encolhimento da classe média. Os fatores são os diversos. Não muito longe, os governos estaduais fazendo malabares para aumentar a sua arrecadação. Não sou nenhuma tributarista ou alguém da área para que possa fundamentar com tanta precisão todos os pormenores para cada questão. Agora, como cidadã comum e com pensamentos talvez simplistas, ponho-me a pensar ou a responder sobre o encolhimento da classe média (aquela que sempre paga o pato). Bom, se é que a educação é caso privado e não público, a saúde também, e a segurança como fazer? Estou falando de deduções, ora! Se planos de saúde e mensalidades escolares podem ser dedutíveis, porque os sistemas de segurança não podem? Penso aqui com meus botões: se os Estados começam a cobrar do Governo Federal que a alimentação possa, através de seus cupons fiscais e com normas estabelecidas, garantir deduções e, com essa exigência, possa ser uma fonte garantida de retornos aos cofres Estaduais, porque não fazer? Imagino que todos ganham. Confesso que não saberia dizer com relação à água, energia elétrica, telefone, seja fixo ou móvel, gás e medicamentos.

Não imagino que gastos como alimentação, energia elétrica, água, gás, telefone e segurança, não possam ser deduzidos no montante final no momento de prestar contas ao Leão (IR); fico indignada em ter que pedir um cupom fiscal, pois, o que fazer com ele? Para que exigir uma “mera fita de papel” nos caixas se supermercado ou nas farmácias, se isso vale apenas e tão somente para arrecadação Estadual? Tudo bem, tudo isso pode virar benefícios para todos nós, claro, sem dúvidas, mas, se tanto nos remédios e nos alimentos está embutido imposto porque não posso deduzi-los?Porque não posso lançar no meu imposto de renda o que gasto com estacionamento? Para onde vão esses gastos?

Cumpro meu dever em exigir as notas ou cupons fiscais (e ainda tendo que agüentar muitas vezes uma nota de serviços que nada serve e que o emissor insiste em te convencer que é a mesma coisa do dito cupom ou nota fiscal), mas, o que fazer com elas depois? Tenho um salário e gastos, qual o motivo para não poder deduzi-los?

Imaginem um (a) cidadão com um salário razoável, com contas de água, luz, telefone, gás, planos de saúde, mensalidade escolar, curso de alguma coisa qualquer, alimentação, manutenção ou monitoramento de segurança domestica, vestuário, combustível, além de acessórios do automóvel, sim, porque pneu fura,rasga, troca-se óleo do carro, reposições de peças, se paga anualmente um absurdo de IPVA e outros I’s, quer dizer, se temos que pagar por tudo, então, porque não deduzi-los?

E não vale dizer que isso não são gastos da classe média. São gastos da classe média, sim!Agora gostaria de saber o que ganha e o que perde o Leão. Com a palavra, os tributaristas.

Karina Araújo é cidadã brasileira.

Publicado na página Juventude Democratas com o titulo O dia-a-dia